O Censo de 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que o número de pessoas vivendo em favelas no Brasil aumentou significativamente na última década. Em 2010, cerca de 11,4 milhões de brasileiros viviam nessas comunidades, representando 6% da população total. Em 2022, esse número saltou para 16,4 milhões de pessoas, ou 8,1% da população do país. Esse crescimento também refletiu na quantidade de favelas, que passou de 6.329 em 2010 para 12.348 em 2022, espalhadas em 656 cidades.
O aumento na contagem de moradores e favelas também se deve a melhorias nos métodos de coleta de dados, segundo o IBGE, especialmente em áreas menores que anteriormente eram subnotificadas. As favelas apresentam uma diversidade geográfica e estrutural, ocupando desde encostas e planícies a áreas costeiras e ribeirinhas. A maioria das favelas brasileiras está localizada nas regiões litorâneas e na bacia do Rio Amazonas.
A Região Norte é a que possui o maior percentual de habitantes em favelas, atingindo 19% da população da região. Cidades como Belém e Manaus têm mais da metade de seus habitantes vivendo em comunidades. Em comparação com o restante do Brasil, os moradores de favelas tendem a ser mais jovens e predominantemente negros, além de viverem em lares com menor acesso a unidades de saúde e maior presença de templos religiosos.
A Rocinha, no Rio de Janeiro, mantém-se como a maior favela do país, com a Sol Nascente, no Distrito Federal, e Paraisópolis, em São Paulo, ocupando a segunda e terceira posições, respectivamente. A maioria das favelas é composta por até 500 residências e está localizada próxima das capitais. Em média, há 2,9 moradores por domicílio nessas comunidades, semelhante à média nacional.
Quanto ao saneamento e serviços básicos, o Censo mostra que 76% das casas em favelas têm coleta de lixo regular, mas 20,7% delas utilizam caçambas para o descarte, uma taxa bem superior à média nacional. Além disso, enquanto 5,3% dos estabelecimentos nas favelas são templos religiosos, a proporção de unidades de saúde e educação nessas áreas é menor do que no restante do país.