As ruminações são pensamentos repetitivos e negativos que podem ser inofensivos, mas também estão frequentemente associadas a quadros de depressão e ansiedade. Pesquisas lideradas pelo psiquiatra Jean-Luc Martinot indicam que, na transição da adolescência para a fase adulta, esses pensamentos se tornam mais comuns, sendo um fator importante no desenvolvimento de doenças mentais, especialmente entre jovens adultos de 18 a 22 anos.
Um estudo recente acompanhou jovens europeus que relataram suas ruminações e passaram por exames de ressonância magnética. Os resultados mostraram que essas ruminações afetam a atividade cerebral, principalmente nas regiões responsáveis pelas emoções e pelo processamento de preocupações. A pesquisa identificou que as ruminações mais frequentes podem sinalizar o surgimento de transtornos psiquiátricos, como a ansiedade e a depressão.
As ruminações foram divididas em três tipos: reflexivas, que buscam soluções para problemas; preocupações cotidianas e ruminações depressivas, que estão ligadas a emoções negativas. Este último tipo, quando persistente, pode ser um sinal precoce de problemas psiquiátricos graves, como ansiedade e depressão. Jovens com ruminações negativas tendem a desenvolver sintomas mais intensos em anos subsequentes.
O estudo aponta que, ao identificar esses sinais precoces, é possível intervir para prevenir doenças mentais em jovens adultos com risco. Fatores como a gestão emocional, padrões de sono e experiências traumáticas desempenham um papel crucial nesse processo. A pesquisa oferece novas perspectivas para ajudar na prevenção e no tratamento precoce de problemas psiquiátricos em jovens.