Ação penal julga militares e policial federal acusados de tentativa de golpe e organização criminosa

O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta terça-feira o julgamento de dez réus que compõem o chamado “Núcleo 3” da trama golpista, investigado por planejar ações para subverter a ordem democrática no Brasil. Entre os acusados estão nove militares do Exército e um policial federal, apontados como integrantes da ala operacional do esquema.

O grupo responde por crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça. De acordo com a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), os réus fariam parte das chamadas forças especiais — conhecidas como “kids pretos” — e teriam planejado ações estratégicas de apoio à ruptura institucional.

O julgamento é considerado um marco na responsabilização penal de agentes públicos envolvidos em atos contra a democracia. A Suprema Corte avaliará não apenas a materialidade dos crimes, mas também os limites de atuação de militares e agentes do Estado diante da Constituição.

Especialistas afirmam que o resultado poderá definir novos parâmetros de responsabilização e reforçar o papel do STF como guardião do Estado Democrático de Direito. A expectativa é que o julgamento se estenda por toda a semana, com votos longos e decisões que servirão de referência para os demais núcleos do caso.

Da Redação | Folha de Brasília

Foto: Rosinei Coutinho/STF