Até o momento, a operação de derrubada em uma área pública invadida no Setor Sol Nascente, conhecida como Nova Jerusalém, em Ceilândia, ocorre sem grandes tumultos. Houve resistência pontual, com pneus queimados e rojões disparados pelos manifestantes contra policiais. De acordo com a Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis), serão retiradas 300 casas durante esta semana, uma média de 80 por dia. Os pertences dos moradores estão sendo levados a locais indicados por eles.
Das 10 horas ao meio-dia de hoje (2), 33 edificações foram ao chão, sendo 23 barracos de madeira e 10 de alvenaria. Seis tratores são usados para a demolição. Trabalham na operação 554 policiais militares, 45 da Polícia Civil, 26 bombeiros e 50 servidores da Agefis, além de uma equipe do Serviço de Limpeza Urbana (SLU). Para reforçar o efetivo da PM, foi levado ao local um veículo blindado utilizado para o transporte da tropa de choque. O carro conta com reservatório e canhão d´água.
Negociação
Representantes do governo e uma comissão de moradores da invasão se reuniram nesta manhã. Na ocasião, os secretários de Relações Institucionais e Sociais, Marcos Dantas, e de Gestão do Território e Habitação, Thiago de Andrade, explicaram que as ações foram planejadas para beneficiar cerca de 100 mil moradores da região. “Essa área é um terreno do governo demarcado e aprovado para a construção de escolas. Toda a operação está de acordo com a lei. Já temos recursos para investir no local”, afirmou Andrade.
Melhorias previstas
Essa é a segunda etapa da ação para recuperar, drenar e pavimentar o Sol Nascente. A primeira terminou em 5 de fevereiro e, em dois dias, o governo retirou 82 construções. Barracos e casas de alvenaria foram construídos irregularmente em Área de Preservação Permanente (APP) e em local destinado à construção da bacia de drenagem de águas pluviais da região.
A ação do governo é necessária para que o DF utilize R$ 41,5 milhões da Caixa Econômica Federal em obras de drenagem e pavimentação do trecho 1 do Sol Nascente. Sem a retirada das construções irregulares, os moradores de toda a região seriam prejudicados, pois não haveria condições de realizar os empreendimentos previstos em contrato.
Para evitar que novas edificações sejam construídas, servidores da Agefis e da segurança permanecerão no local até o início das obras e do sistema de captação de águas das chuvas. As famílias retiradas serão cadastradas no programa habitacional Morar Bem, assim que as inscrições forem reabertas.