Wydney Lacerda, de 18 anos, do 3º ano do Centro de Ensino Médio 404 de Santa Maria, quer se formar em artes plásticas e trabalhar como desenhista profissional. “Desenho desde os 7 anos e gosto, principalmente, de imagens realistas, como pessoas e paisagens.” Nesta semana, ele teve a oportunidade de aprender técnicas de pintura e de modelagem com artistas de Cuba.
O estudante está entre os 12 alunos de escolas públicas da região selecionados para participar da oficina cultural promovida pelo projeto Viva Arte Viva. A proposta, idealizada por um grupo de três brasilienses, promove a troca de experiências artísticas entre representantes de nações de língua portuguesa, da América Latina e do Caribe.
A seleção ocorreu por meio de indicação dos professores de artes plásticas de quatro escolas: os Centros Educacionais 416 e 310 e os Centros de Ensino Médio 417 e 404. Os docentes escolheram jovens de 12 a 18 anos com aptidão para o desenho e a pintura.
Nesta quarta-feira (16), eles trabalharam com argila. Wydney fez a réplica do Congresso Nacional. Durante a oficina de desenho na segunda-feira (14), o estudante ilustrou o mesmo monumento. A proposta era fazer com que os adolescentes reproduzissem, com um toque pessoal, algum objeto ou construção. “Eu quis deixá-lo cheio de cores para tirar essa seriedade do Congresso e colocar mais alegria no lugar”, explicou Wydney. Na sexta-feira (18), no encerramento das atividades, todos farão uma intervenção no muro do Centro de Ensino Fundamental 316.
Criatividade
Os artistas plásticos cubanos David Velázquez Torres e Lisandra Isabel García estão no Brasil para expor obras próprias e interagir com os estudantes da rede pública de ensino. “A intenção é fazer com que eles desenvolvam um trabalho de criação. Ficamos surpreendidos com a inteligência e a criatividade dos alunos, apesar de nunca terem estudado artes plásticas”, enfatizou Torres.
Para Emerson Machado, assessor da Regional de Ensino de Santa Maria e professor de artes, os cubanos também aprenderam um pouco da cultura local ao interagir com os jovens de Santa Maria. “Em um primeiro momento, nossos visitantes quiseram saber a impressão dos estudantes sobre a cidade em que vivem, e o resultado foi diverso: alguns desenharam Brasília como um todo, outros focaram em Santa Maria e um deles quis mostrar muros grafitados, muito comuns por aqui.”
A Secretaria de Educação forneceu todo o material usado ao longo da semana, como argila, cartolina e canetas coloridas, e faz o transporte dos artistas cubanos que ministram as oficinas. Segundo Machado, foram gastos cerca de R$ 600 do Programa de Descentralização Administrativa e Financeira — recurso repassado anualmente às escolas para arcar com custos individuais, como a atividade com os profissionais latino-americanos.
O Viva Arte Viva é patrocinado pela Fundação João Mangabeira e pela Federação das Indústrias do Distrito Federal. As atividades em Santa Maria fazem parte da segunda edição do projeto. A primeira ocorreu em maio, quando artistas brasileiros foram a Cuba para participar da 12ª Bienal de Havana.
Exposição
Como parte do projeto, 14 artistas cubanos expõem, até esta quinta-feira (17), 32 obras (30 pinturas e duas fotografias) na Câmara dos Deputados. Os alunos que participam da oficina visitarão a exposição Viva a Arte Cubana Viva como parte do intercâmbio cultural. A ideia é mostrar paisagens e a realidade da ilha caribenha.
fonte: Agência Brasília