Foto: Cristiano Mariz/O Globo
Foto: Cristiano Mariz/O Globo

Brasil registra umidade abaixo ou igual à do Saara em mais de 200 cidades

A intensa seca e as elevadas temperaturas têm dificultado a respiração em várias regiões do Brasil. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), pelo menos 244 cidades do país registraram nesta terça-feira (3) níveis de umidade relativa do ar comparáveis aos do deserto do Saara, e a expectativa é de que os índices possam piorar ainda mais nesta quarta-feira (4).

O mês de setembro iniciou com uma forte onda de calor, elevando as temperaturas em diversas partes do país. No Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, os termômetros marcaram até 40°C, enquanto no interior de São Paulo e Minas Gerais chegaram a 39°C. A combinação do calor extremo com a seca prolongada gerou discussões sobre a possibilidade de o Brasil ser o país mais quente do mundo nesta semana.

A ausência de chuvas por mais de cem dias em várias cidades intensificou a aridez, fazendo com que a umidade evaporasse e atingisse níveis críticos. Enquanto no deserto do Saara a umidade varia entre 14% e 20%, várias cidades brasileiras registraram índices menores ou semelhantes. Em comparação com o deserto do Atacama, onde a umidade chega a 5%, dez cidades do Brasil apresentaram índices próximos, alcançando até 7%.

As causas dessa situação são diversas. A estação seca, que se estende até outubro, naturalmente reduz a quantidade de chuvas, diminuindo a umidade do ar. A isso se somam a intensa seca, considerada a mais severa da história recente, e os bloqueios atmosféricos que impedem a chegada de frentes frias e precipitações, agravando ainda mais o cenário.

Com a umidade em níveis tão baixos, há impactos significativos na saúde. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a umidade esteja entre 40% e 70% para o bem-estar do corpo humano. Com índices abaixo de 30%, o risco para problemas respiratórios aumenta, especialmente para quem já sofre de condições como asma, bronquite ou rinite. Especialistas recomendam medidas para aliviar o desconforto, como manter-se hidratado, usar umidificadores de ar e evitar exercícios físicos nas horas mais quentes do dia.