O Cerrado sofre com as queimadas neste período de estiagem. Do início de setembro até a segunda-feira (15), foram 704 ocorrências, número próximo dos 837 registrados nos 30 dias do mês em 2014, segundo o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal. O quadro, no entanto, pode se agravar, uma vez que não há previsão de chuva para os próximos dias.
A tendência é que a temperatura continue alta. Na sexta-feira (18), a máxima foi de 33°C e a mínima de 18°C. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia, o inverno de 2015 foi, em média, 1,3% mais quente do que em anos anteriores.
Segundo o comandante do Grupamento de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, tenente-coronel Gláuber de La Fuente, a estimativa é que 98% das queimadas são causadas por ações humanas, como a incineração de podas de árvores ou de lixo.
O oficial recomenda que os cidadãos procurem as administrações regionais para o descarte de grandes volumes de entulho e que, a qualquer sinal de incêndio, liguem para o Corpo de Bombeiros, no 193. “O perigo continua mesmo após o período de seca. Não é porque choveu que a população pode atear fogo”, enfatiza o comandante.
Antes mesmo do fim do mês, a área devastada no DF supera o registro entre abril e setembro de 2014. Naquele período, 6.829,69 hectares foram queimados. Entre abril deste ano e a terça-feira (15), a área incendiada corresponde a 8.404,72 hectares
Brigada de incêndio
Em agosto, uma equipe de 31 brigadistas — incluindo um chefe de esquadra e outro de brigada — foi acionada pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram) para combater os incêndios nos 76 parques que a autarquia administra.
Os profissionais foram divididos em equipes e distribuídos em três bases: na Estação Ecológica de Águas Emendadas, em Planaltina; e nos parques Saburo Onoyama, em Taguatinga; e Urbano, no Paranoá. “Quando não estão em atividades, eles fazem um trabalho de conscientização dos visitantes. Os brigadistas explicam sobre a vegetação e dão dicas ambientais”, afirma André Luiz de Mendonça, gerente de Manutenção e Concessão de Uso de Unidade de Conservação do Ibram.
No mês passado, a equipe do Paranoá combateu 30 incêndios; a de Planaltina, 25; e a de Taguatinga, 15. Foram 632 hectares de áreas queimadas nos parques e nas unidades de conservação. Para debelar os focos de incêndios, os brigadistas utilizam abafadores e bombas costais de água. Caso não seja possível controlar as chamas, o Grupamento de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros é requisitado.
Fonte; Agência Brasília