O PDT-DF ingressou com uma ação no Supremo Tribunal Federal para obrigar o Governo do Distrito Federal a tomar providências diante do colapso na saúde pública. A sigla, presidida pela senadora Leila do Vôlei, aponta superlotação, falta de médicos, ausência de gestão e descumprimento de determinações dos Tribunais de Contas como sintomas de um sistema em estado terminal. A Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) solicita medidas emergenciais, como triagem eficiente, transparência nos alertas hospitalares e a apresentação de um plano para reduzir filas de cirurgias.

Enquanto o caos se agrava nas unidades públicas, sobretudo em regiões como Ceilândia, Samambaia, Sol Nascente e Itapoã, moradores realizam protestos contra o abandono e a precariedade no atendimento. Pacientes esperam meses por consultas, exames e procedimentos cirúrgicos, enfrentando filas intermináveis e hospitais em condições críticas. O contraste é gritante: enquanto a população sofre, autoridades do governo continuam sendo atendidas em hospitais privados de alto padrão, pagos com recursos públicos ou fora do alcance do cidadão comum.

A crise escancara a desigualdade no acesso à saúde e revela um governo desconectado das reais necessidades da população. A judicialização, embora extrema, se tornou a última esperança diante da inércia do Executivo. A pergunta que ecoa nas ruas e nas redes sociais é direta: até quando a Justiça precisará agir no lugar de um governo que prometeu cuidar dos que mais precisam?

Da redação, Folha de Brasília