O Hezbollah, grupo armado baseado no Líbano, admitiu nesta sexta-feira (6) ter enviado um contingente reduzido de combatentes para apoiar as forças do presidente sírio Bashar al-Assad na cidade de Homs. A região, alvo de uma nova ofensiva rebelde, voltou a ser palco de combates que reacenderam o conflito iniciado há 13 anos na Síria. Enquanto isso, rebeldes continuam avançando, tendo conquistado recentemente a estratégica cidade de Hama, ao mesmo tempo em que relatos de tiros foram registrados perto do palácio presidencial em Damasco.
O avanço rebelde, liderado pelo grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), tem desafiado o regime de Assad. Nos últimos dias, os insurgentes assumiram o controle de localidades importantes na província de Homs, se aproximando da capital. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos informou que forças do regime estão ausentes em várias áreas. Assad prometeu reagir, mas suas tropas enfrentam derrotas seguidas, obrigando recuos significativos em direção a Damasco.
A escalada do conflito também provocou impactos regionais. A Jordânia fechou suas fronteiras com a Síria, enquanto a Rússia, aliada de Assad, recomendou que seus cidadãos deixem o país. O líder dos rebeldes, Abu Mohamed al-Jolani, reafirmou que o objetivo central da ofensiva é derrubar o regime de Assad, utilizando “todos os meios disponíveis” para alcançar essa meta. Por outro lado, o Hezbollah deslocou tropas de elite para reforçar o Exército sírio, apesar de sofrer perdas devido a conflitos paralelos com Israel.
Os combates intensificados já causaram a fuga de cerca de 280 mil pessoas desde o final de novembro, segundo a ONU, e o número pode chegar a 1,5 milhão se os confrontos persistirem. O deslocamento forçado inclui milhares que buscaram refúgio em países vizinhos, ampliando a crise humanitária na região. A ONU alertou que a escalada pode levar a um desastre ainda maior se o apoio internacional não for ampliado.
O cenário na Síria permanece imprevisível, com o regime de Assad enfraquecido e os rebeldes ganhando terreno em áreas estratégicas. A tensão cresce tanto no campo de batalha quanto nas dinâmicas regionais, evidenciando que o conflito ainda está longe de uma resolução pacífica.