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Dólar dispare e bolsa despenca em meio a tensão entre China e EUA

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Dólar dispare e bolsa despenca em meio a tensão entre China e EUA

Em um dia marcado por forte turbulência nos mercados globais, o dólar comercial registrou nesta sexta-feira (4) a maior alta diária em mais de dois anos, ultrapassando os R$ 5,80. O salto na cotação ocorreu após a China anunciar retaliações ao novo pacote de tarifas imposto pelo governo de Donald Trump.

A moeda norte-americana encerrou o dia vendida a R$ 5,836, com alta de R$ 0,207 (+3,68%). No pico da sessão, às 16h20, chegou a R$ 5,84 — valor mais alto desde 10 de março, quando fechou em R$ 5,85. Essa também foi a maior valorização em um único dia desde 10 de novembro de 2022, quando o dólar subiu 4,1%.

O impacto da tensão comercial também atingiu a bolsa de valores. O índice Ibovespa caiu 2,96%, fechando aos 127.256 pontos — menor nível desde 14 de maio e pior desempenho diário desde dezembro de 2023. O cenário negativo foi impulsionado por perdas nas bolsas internacionais, especialmente nos Estados Unidos, que encerraram a semana com o pior resultado desde o início da pandemia, em março de 2020.

Mercados de países emergentes, que haviam resistido à instabilidade na véspera, também foram arrastados pela onda de pessimismo. O anúncio de que a China vai aplicar sobretaxas de até 34% sobre produtos americanos reacendeu o temor de uma recessão global.

Outros dois fatores contribuíram para o nervosismo nos mercados: a criação de 228 mil empregos nos EUA em março — número acima das expectativas, que pode levar o Federal Reserve (Fed) a adiar cortes de juros — e a queda no preço do petróleo. O barril do tipo Brent fechou a US$ 64, o menor valor desde 2021, refletindo expectativas de menor demanda em meio ao agravamento das tensões comerciais.