Dois ex-oficiais de inteligência sírios de alto escalão foram acusados de crimes de guerra por supostamente torturarem americanos e outros civis considerados inimigos pelo governo sírio durante a guerra civil do país. A acusação foi feita pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos nesta segunda-feira (9). De acordo com os promotores, os oficiais supervisionaram as operações em instalações de detenção no Aeroporto Militar de Mezzeh, perto de Damasco, onde prisioneiros foram submetidos a abusos como espancamentos, choques elétricos, queimaduras com ácido e remoção de unhas.
Jamil Hassan, de 72 anos, e Abdul Salam Mahmoud, de 65, foram acusados de conspiração para cometer crimes de guerra através de tratamento cruel e desumano. O Departamento de Justiça dos EUA emitiu mandados de prisão para ambos, que estão foragidos. Os crimes ocorreram entre 2012 e 2019, quando o regime de Bashar al-Assad perseguia aqueles que ele considerava inimigos, como opositores do regime e simpatizantes da oposição.
Além de tortura física, os prisioneiros também foram forçados a ouvir os gritos de outros detidos, compartilhar celas com cadáveres e sofrerem ameaças contra suas famílias. A acusação reflete o compromisso dos Estados Unidos em responsabilizar os responsáveis por atrocidades contra seus cidadãos.
Os ex-oficiais sírios são procurados pelas autoridades dos EUA, que estão em busca de justiça para as vítimas dessas atrocidades. Essa ação representa uma tentativa de responsabilizar indivíduos envolvidos em crimes de guerra, mesmo quando as vítimas não são cidadãos americanos. A ação também reforça a posição do governo dos EUA em punir os responsáveis por violências em contextos de conflitos armados.