O que era para ser uma celebração do esporte virou motivo de frustração para milhares de corredores. A edição 2025 da Maratona do Rio, considerada uma das maiores do Brasil, escancarou a face mercantilizada e pouco transparente das grandes provas de rua no país.
Com inscrições a preços elevados, os participantes esperavam estrutura de alto nível. No entanto, o que encontraram foram filas gigantes para retirada de kits, água quente nos pontos de hidratação, ausência de medalhas na corrida de 5 km e brindes considerados “mixurucas”. A indignação tomou conta das redes sociais, expondo um padrão recorrente: o lucro vem antes do atleta.
Em vez de investimento na experiência do corredor, o que se viu foi amadorismo e desorganização. E a conta, como sempre, ficou para quem corre. Muitos atletas relatam terem pago mais de R$ 200 pela inscrição, além de despesas com viagem e hospedagem, e tudo isso para receberem kits pobres e promessas vazias. As medalhas faltantes, por exemplo, foram prometidas via Correios com entrega em até 30 dias.
Enquanto a organização comemora o impacto econômico do evento, com R$ 355 milhões gerados segundo dados oficiais, a comunidade esportiva questiona: quem está ganhando com essa corrida?
A Maratona do Rio 2025 deixa um alerta. O Brasil precisa rever o modelo de organização de suas provas. Do jeito que está, o esporte perde, o atleta perde e quem corre de verdade fica pra trás.
Folha de Brasília, Da redação