Os professores da rede municipal do Rio de Janeiro decidiram, em assembleia nesta sexta-feira (6), encerrar a greve iniciada no último dia 25. As aulas serão retomadas na próxima segunda-feira (9). Apesar do retorno, a categoria optou por entrar em “estado de greve”, ou seja, mantém a possibilidade de novas paralisações caso as negociações com a prefeitura não avancem.
O fim da greve ocorreu após a Câmara dos Vereadores aprovar o Projeto de Lei Complementar 186/24, proposto pelo prefeito Eduardo Paes, que altera benefícios dos professores. Entre as mudanças estão o aumento no tempo de estágio probatório, novas regras para férias e o fim da licença especial. A proposta mais controversa é a alteração na contagem da carga horária, que passaria de horas para minutos, aumentando a quantidade de aulas mensais.
Professores e lideranças sindicais criticaram o projeto, alegando que ele prejudica a categoria. Segundo o Sindicato dos Profissionais da Educação do Estado do Rio de Janeiro (Sepe), o tempo adicional previsto para aulas compromete o planejamento e a saúde mental dos docentes. A prefeitura argumenta que as mudanças corrigem distorções e garantem o cumprimento integral da carga horária.
O texto aprovado também permite a divisão das férias em até três períodos, dependendo da anuência da administração, e levanta dúvidas sobre a obrigatoriedade de trabalho durante o recesso escolar de julho. Essa indefinição preocupa os professores, que temem a perda de momentos tradicionais de descanso.
Protestos marcaram as votações do projeto, com manifestações nas portas da Câmara Municipal. Professores criticaram vereadores que apoiaram a medida, acusando alguns de traição à educação. O sindicato anunciou que pretende recorrer à Justiça para barrar a implementação do PLC 186, reforçando que as mudanças impactam negativamente as condições de trabalho da categoria.