Na última sexta-feira (6), estudantes e professores da Universidade de Brasília (UnB) realizaram uma marcha contra o assédio na instituição, após denúncias de assédio sexual feitas contra o ex-diretor do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), Jaime Martins de Santana. O professor teria beijado à força duas professoras em 2022, sendo punido com um afastamento de 15 dias em 2023. A mobilização foi uma forma de apoio às vítimas e para exigir mais ações contra o assédio na universidade.
O protesto também refletiu críticas à punição branda aplicada a Santana, que foi afastado das atividades acadêmicas, mas não demitido, apesar de uma recomendação da comissão de processo administrativo. De acordo com a Advocacia Geral da União (AGU), a punição foi reduzida, considerando que o assédio não configurou crime de assédio sexual, mas apenas uma infração disciplinar.
A marcha levantou a questão da segurança e do respeito no ambiente acadêmico, especialmente para as mulheres. Estudantes e professores pediram a criação de um processo contínuo e eficaz para lidar com denúncias de assédio, além de um fortalecimento das políticas de direitos humanos e canais de denúncia.
A reitora da UnB, Rozana Naves, afirmou que está comprometida em tomar medidas imediatas, como a formação de uma comissão permanente para lidar com esses casos. A UnB, por sua vez, reforçou que não compactua com condutas que desrespeitem a dignidade humana e está adotando medidas para prevenir o assédio na instituição.