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Quando o afeto ultrapassa a fantasia: bebês reborn geram disputas judiciais e alertam para questões emocionais

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Quando o afeto ultrapassa a fantasia: bebês reborn geram disputas judiciais e alertam para questões emocionais

O universo dos bebês reborn — bonecas hiper-realistas criadas para parecerem recém-nascidos — ultrapassou os limites do colecionismo e da terapia afetiva para entrar nas salas de audiência. Casos recentes no Brasil mostram disputas judiciais envolvendo desde a posse de uma boneca após a separação de um casal até pedidos inusitados, como licença-maternidade para cuidar de um reborn. Um exemplo emblemático envolveu um processo por danos morais movido por uma mulher que recebeu uma boneca com falhas nos cabelos, exigindo uma indenização de R$ 16 mil. O crescimento desses conflitos tem mobilizado até projetos de lei, com propostas que visam proibir o uso de bonecos para obtenção de benefícios em serviços públicos.

Enquanto isso, os legisladores se movimentam. Em Minas Gerais e Goiás, deputados estaduais e federais propuseram normas para restringir o uso de bonecas reborn em ambientes de saúde e proibir que sejam usadas para obter vantagens em filas ou atendimentos prioritários. A polêmica ganhou ainda mais força após a disseminação de boatos falsos nas redes sociais, como o caso de um suposto bebê confundido com boneca durante as enchentes no RS — história já desmentida por órgãos oficiais. A linha tênue entre fantasia e realidade, nesse contexto, tem gerado debates que vão além do bom senso e chegam ao campo legal.

Do ponto de vista psicológico, o apego aos bebês reborn pode ter diferentes significados. Em alguns casos, essas bonecas são utilizadas com fins terapêuticos, ajudando pessoas a lidar com perdas gestacionais, lutos ou quadros de solidão profunda. No entanto, quando esse vínculo ultrapassa os limites simbólicos e afeta o funcionamento social, pode revelar um desequilíbrio emocional ou transtornos não tratados, como depressão, ansiedade ou delírios afetivos. Especialistas alertam que, embora o reborn possa ser um recurso de conforto, ele nunca deve substituir relações humanas ou servir como mecanismo de fuga da realidade.

Da redaçao, Folha de Brasilia