A queda do regime de Bashar al-Assad representa um duro golpe para o prestígio da Rússia, que por quase uma década apoiou o presidente sírio com poderio militar. A derrota de Assad nas mãos da oposição e sua fuga para Moscou expõe a impotência russa diante do colapso do governo sírio, frustrando os esforços do Kremlin para afirmar sua presença no Oriente Médio.
Com a assistência militar russa desde 2015, Putin conseguiu consolidar bases militares no Mediterrâneo e uma posição estratégica na Síria. A perda de Assad coloca em risco essas bases e complica os interesses russos na região, com Moscou agora buscando garantir a segurança de suas instalações em alerta máximo.
O Kremlin, no entanto, tenta minimizar os danos, sugerindo que a culpa pela queda de Assad recai sobre o exército sírio, que teria cedido sem luta. O governo russo também enfatiza sua prioridade com a segurança interna, especialmente em relação à guerra na Ucrânia, tentando desviar a atenção do fracasso sírio.
Apesar da aliança de longa data entre Moscou e Assad, a Rússia se vê em um momento de fragilidade, com o regime sírio desmoronando, e a comunicação estatal russa sinalizando uma possível mudança de foco nas prioridades estratégicas do país.