Em 2024, o Brasil registrou mais de 344 mil internações por doenças ligadas à falta de saneamento básico, sendo que quase metade (168,7 mil) foi causada por infecções transmitidas por insetos, como a dengue. Além disso, doenças gastrointestinais, como as gastroenterites virais e bacterianas, somaram 163,8 mil casos. Os dados, divulgados pelo Instituto Trata Brasil, evidenciam a urgência de investimentos na infraestrutura sanitária para evitar a propagação dessas enfermidades.
Algumas regiões enfrentam situações ainda mais críticas. No Centro-Oeste, a incidência de internações por dengue foi a maior do país, enquanto no Norte, doenças transmitidas por fezes dobraram a taxa nacional. O Maranhão se destacou negativamente, com 42,5 internações por dez mil habitantes, seis vezes a média brasileira. Crianças pequenas e idosos são os mais vulneráveis, respondendo por quase metade das internações, o que reforça a necessidade de políticas públicas eficazes para proteger essas populações.
Além do impacto na saúde, a falta de saneamento pesa no orçamento público. Em 2023, mais de 11,5 mil brasileiros perderam a vida por doenças relacionadas ao problema, com os indígenas sendo os mais afetados proporcionalmente. O estudo estima que ampliar o acesso à água potável e ao tratamento de esgoto poderia reduzir em 70% as internações e economizar R$ 43,9 milhões por ano. O cenário deixa claro que o saneamento não é apenas uma questão de infraestrutura, mas de vida ou morte.
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