
A morte da capitão de Mar e Guerra e médica da Marinha, Gisele Mendes de Souza e Mello, dentro do Hospital Marcílio Dias, no Lins de Vasconcelos, no Rio de Janeiro, gerou uma onda de apreensão entre moradores e profissionais da saúde da região. Gisele foi baleada na cabeça enquanto participava de um evento no auditório do hospital, durante uma operação policial na comunidade do Gambá, que visava capturar criminosos envolvidos em roubos de veículos. O disparo, segundo as investigações, veio de uma posição acima do local onde a médica estava, atingindo-a fatalmente.
Moradores da região, como Mizael Alves, militar aposentado da Marinha, relatam que a violência é uma constante no local desde a década de 90. Os tiroteios, muitas vezes provenientes das comunidades vizinhas, forçam pacientes e funcionários a se esconderem para evitar balas perdidas. Mizael afirma que a situação piorou nos últimos anos, tornando o ambiente cada vez mais perigoso, e critica a tragédia ocorrida dentro do hospital, um local de trabalho que deveria oferecer segurança.
A Marinha intensificou a presença militar na área, com blindados patrulhando o entorno do hospital desde a manhã de quinta-feira (12). No entanto, moradores apontam que, apesar da presença militar, os criminosos não se intimidam e continuam a dominar as comunidades. A falta de segurança persistente na região leva muitos a questionarem até quando a situação poderá ser controlada, com relatos de assaltos até mesmo envolvendo militares.
A violência no Lins não afeta apenas os profissionais de saúde, mas também os moradores locais, que enfrentam a constante ameaça de tiroteios e balas perdidas. Uma aposentada de 72 anos, que vive nas proximidades, descreve o medo constante e a sensação de insegurança, exacerbada pelo risco de ser atingida por uma bala perdida, como aconteceu recentemente em seu condomínio. A situação reflete o cenário de caos e medo vivido pelos residentes e trabalhadores da região, enquanto aguardam medidas mais eficazes para garantir a segurança na área.