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7 de Setembro em Brasília: soberania no palanque, desafios no país real

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7 de Setembro em Brasília: soberania no palanque, desafios no país real

O desfile de 7 de Setembro em Brasília terá como tema “Brasil Soberano”, com eixos que destacam o “Brasil dos Brasileiros”, o “Brasil do Futuro” e a COP30 em Belém. À primeira vista, a escolha soa grandiosa, evocando a ideia de autonomia e protagonismo nacional. Mas, ao olhar mais de perto, surge a dúvida: estamos diante de um verdadeiro projeto de soberania ou apenas de um slogan conveniente para embalar um feriado cívico em meio a tensões políticas e institucionais?

O país que desfila na Esplanada dos Ministérios continua dependente de acordos internacionais para sustentar sua economia, de commodities para equilibrar sua balança comercial e de pacotes emergenciais para manter a assistência social. A soberania, nesse sentido, não se constrói apenas em palanques, mas em capacidade de garantir desenvolvimento interno, segurança alimentar, independência tecnológica e estabilidade institucional. Sem avanços concretos nessas áreas, slogans patrióticos soam mais como espetáculo do que como política de Estado.

O reforço de segurança, com revistas antecipadas e restrições na Esplanada, revela ainda outra face do momento: celebrar a independência em clima de cerco, enquanto o STF julga um ex-presidente por tentativa de golpe, é sinal de que nossa soberania democrática segue frágil. O verdadeiro teste do “Brasil Soberano” não estará nos tanques, bandeiras ou discursos de 7 de Setembro, mas na capacidade de o país fortalecer suas instituições, reduzir desigualdades e construir uma autonomia que vá além da retórica oficial.

Da redação, Folha de Brasília

Arte/Folha de Brasília