No terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o cenário político parece marcadamente diferente dos seus períodos anteriores no poder. Nota-se um ar de cansaço e desânimo no governo, contrastando com a energia e proatividade que caracterizavam as gestões passadas de Lula. Esse desgaste se reflete não apenas na postura do presidente, mas também nas atitudes de um gabinete ministerial percebido como vaidoso e pouco eficaz em suas representações no Congresso Nacional.
Em meio a essas circunstâncias, o presidente Lula encontrou-se obrigado a repreender diversos ministros, com destaque para Fernando Haddad, ministro da Fazenda. Lula cobrou de Haddad uma maior articulação com o Congresso, salientando que o ministro deveria investir mais tempo em diálogos com senadores e deputados, em vez de se concentrar em leituras. Este puxão de orelha ocorreu durante uma cerimônia no Palácio do Planalto, onde Lula também demandou uma postura mais ativa dos outros ministros.
A necessidade de reforçar a interação com o Congresso surge em um contexto de crescentes tensões. Na semana passada, Lula convocou uma reunião emergencial com lideranças governamentais, após manifestações de insatisfação por parte de Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados. Além disso, no Senado, sob a liderança de Rodrigo Pacheco, avançou uma proposta controversa que reativa uma bonificação por tempo de serviço para magistrados, aumentando ainda mais a pressão sobre o governo para manter uma governança eficaz e responsiva.