Os altos juros no Brasil são a segunda principal razão para os brasileiros não conseguirem pagar suas dívidas em 2024, segundo uma pesquisa da plataforma Acordo Online. A maior causa continua sendo o desemprego. A pesquisa mostrou que 36% dos entrevistados mencionaram a falta de emprego como motivo para a inadimplência, enquanto 18% citaram as altas taxas de juros e 14% atribuíram o problema ao descontrole financeiro.
Ao analisar os dados ao longo dos anos, fica claro que o impacto dos juros elevados no orçamento familiar tem crescido. Embora o desemprego ainda seja a principal razão para a inadimplência, o peso dos juros da Selic aumentou, enquanto a preocupação com a falta de trabalho diminuiu. Em 2023, por exemplo, 41% das pessoas atribuíam suas dívidas ao desemprego, enquanto 17% mencionavam os juros altos.
O economista Rodolpho Tobler, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), enfatiza a importância de monitorar de perto o orçamento para evitar a necessidade de recorrer a crédito em um ambiente de juros elevados. Ele sugere que o controle detalhado das despesas, especialmente com cartões de crédito, é fundamental para prevenir o acúmulo de novas dívidas.
A recuperação do mercado de trabalho tem sido acompanhada por um aumento na renda dos trabalhadores. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a renda média dos brasileiros subiu de R$ 3.037 em 2023 para R$ 3.214 em 2024, um crescimento de 5,8%. Esse aumento salarial é atribuído, em grande parte, ao crescimento dos empregos formais, que agora totalizam 38 milhões.
A taxa de desemprego também diminuiu, passando de 8% no segundo trimestre de 2023 para 6,9% no mesmo período deste ano. Isso representa uma queda de cerca de 1,1 milhão de pessoas desempregadas, refletindo uma melhora nas condições econômicas e de emprego no país.
