Os Estados Unidos identificaram um aumento significativo nas operações militares da Rússia ao redor de cabos submarinos essenciais para as comunicações globais, gerando preocupações de que Moscou possa estar mais inclinada a realizar ações de sabotagem. Esses cabos, que formam uma parte crucial da infraestrutura de telecomunicações mundial, transportam a maior parte das comunicações e dados da internet através de uma extensa rede de fibra óptica submersa.
Segundo autoridades americanas, a Rússia tem intensificado os investimentos em uma unidade militar especializada, conhecida como “Direção Principal do Estado-Maior para Pesquisa em Mar Profundo” (GUGI, na sigla russa). Essa unidade é equipada com navios, submarinos e drones navais para operações submarinas que podem incluir sabotagem de infraestruturas submersas. O monitoramento de embarcações russas nas proximidades dessas estruturas tem se tornado mais frequente, especialmente em locais distantes da costa russa.
Além da atividade russa, os Estados Unidos e seus aliados da Otan observaram um aumento na movimentação naval em torno dos cabos submarinos no Mar Báltico. Essa vigilância é reforçada por informações de inteligência e comunicações interceptadas, que indicam que a Rússia pode estar mapeando locais estratégicos para possíveis ataques.
O interesse russo em operações submarinas não diminuiu com o conflito em andamento na Ucrânia. Pelo contrário, o governo russo parece continuar a valorizar altamente as capacidades da GUGI, que também se concentra em ameaçar infraestruturas críticas na Europa, incluindo parques eólicos e cabos de energia.
Autoridades americanas alertam que qualquer ataque russo a essas infraestruturas seria considerado uma escalada perigosa, aumentando o risco de mal-entendidos e potencialmente levando a uma crise internacional ainda maior. Essas ações podem ser vistas como agressões diretas fora do teatro de guerra ucraniano, complicando ainda mais o cenário de segurança global.