RN-Dinheiro-20150209-4
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Arrecadação federal tem o pior primeiro semestre em quatro anos

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Arrecadação federal tem o pior primeiro semestre em quatro anos

O  fraco  desempenho  da  economia  e as desonerações fizeram a arrecadação federal atingir o pior resultado para o primeiro semestre em quatro anos. Segundo a Receita Federal, o governo arrecadou R$ 607,208 bilhões de janeiro a junho. O montante representa queda de 2,87% em relação ao mesmo período do ano passado, descontada a inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A arrecadação é a menor para os primeiros seis meses do ano desde 2011.

Em junho, a arrecadação federal somou R$ 97,091 bilhões, queda de 2,44% em relação a junho do ano passado e o pior resultado para o mês desde 2010, também em valores corrigidos pelo IPCA. Apesar do desempenho negativo, foi registrada leve melhora em relação a maio, quando a queda pela comparação mensal chegou a 4,03%.

De acordo com a Receita, os principais fatores para o recuo na arrecadação nos seis primeiros meses do ano foram a queda de 6,25% na produção industrial, que impactou a receita de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), e a redução de 5,09% na venda de bens e serviços, que diminuiu a arrecadação do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), tributos ligados ao faturamento.

O crescimento da massa salarial abaixo da inflação contribuiu para a queda de 3,34% na receita da Previdência Social, descontado o IPCA. A redução da lucratividade das empresas fez a arrecadação do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido cair 9,11% no primeiro semestre, também descontada a inflação.

As desonerações concedidas nos últimos anos também foram responsáveis pela queda na arrecadação em 2015, gerando perdas para o governo de R$ 54,882 bilhões. As medidas com maior impacto são a desoneração da folha de pagamento para 56 setores da economia, que fez a Receita deixar de arrecadar R$ 11,2 bilhões, e a inclusão de novos setores no Simples Nacional, que ocasionou a perda de R$ 5,8 bilhões neste ano.

Foto: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas