Após seis dias retidos no aeroporto da Cidade da Guatemala, dois jovens de Brasília conseguiram retornar ao Brasil na madrugada desta sexta-feira (22). Lucas Alves e João Vitor de Sousa, ambos com 25 anos, haviam viajado para a Guatemala com outros dois amigos, mas foram barrados na imigração logo após a chegada. Durante esse período, os dois ficaram em um alojamento improvisado no aeroporto, onde enfrentaram condições de extrema precariedade, com sujeira, baratas e a falta de chuveiros.
Segundo relatos dos jovens, o alojamento compartilhado com outros 20 imigrantes não tinha banheiros adequados, o que os deixou sem poder tomar banho durante os seis dias de confinamento. Eles também relataram a presença de muita sujeira e o constante mau cheiro no local. O motivo pelo qual foram barrados não foi esclarecido, mas a justificativa dada pela imigração foi “inconsistência de informações”, o que, segundo Lucas, não fazia sentido, pois os quatro amigos apresentaram os mesmos documentos e dois foram autorizados a entrar, enquanto ele e João foram impedidos.
A situação dos jovens gerou indignação, já que não receberam qualquer aviso prévio sobre o voo de retorno e, mesmo com assentos vagos nos voos da Copa Airlines, só conseguiram embarcar de volta ao Brasil após seis dias. João Vitor relatou que, em um momento, parecia que a situação no aeroporto estava prestes a piorar, com os responsáveis apenas dizendo “bora, bora, vamos embora”. Apesar do alívio do retorno, os jovens ainda estavam atordoados e tentando processar tudo o que haviam vivido.
O Itamaraty, em nota, informou que estava prestando assistência consular aos brasileiros durante o período em que ficaram retidos, mas não explicou o motivo do impedimento da entrada dos jovens. A Copa Airlines, por sua vez, não se manifestou sobre o caso. Os jovens agora esperam que a situação seja resolvida, enquanto ainda enfrentam o trauma de uma experiência difícil e desconfortável no país.