Folha de Brasília
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Deputados recebem saúde de elite enquanto população do DF enfrenta filas no SUS

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Deputados recebem saúde de elite enquanto população do DF enfrenta filas no SUS

Enquanto milhares de brasilienses aguardam atendimento nas filas do SUS, os deputados federais contam com um sistema de saúde privilegiado, custeado em grande parte pelos cofres públicos. Só em reembolsos com hospitais e clínicas privadas, a Câmara dos Deputados gasta cerca de R$ 600 mil por mês, valor que cobre desde consultas e exames até internações em hospitais de ponta como o Sírio-Libanês, DF Star e Santa Lúcia. Esses valores não incluem os gastos com o plano coletivo Pró-Saúde, que ainda custa mais de R$ 7 mil mensais à estrutura da Câmara.

Entre 2019 e 2022, a Câmara reembolsou R$ 21,6 milhões em despesas médicas privadas, com teto individual de até R$ 135 mil por deputado por ano, segundo o Ato da Mesa nº 185/2021. Além disso, cada parlamentar tem acesso a atendimento interno exclusivo dentro da própria Câmara, com estrutura ambulatorial e pronto atendimento — um modelo de saúde seletivo, acessível a poucos, mas bancado por muitos.

Enquanto isso, a população do Distrito Federal precisa enfrentar longas esperas por consultas, exames e cirurgias, com estrutura sobrecarregada e profissionais insuficientes. O contraste expõe uma dura realidade: no mesmo território onde o SUS luta para atender a todos, parlamentares desfrutam de uma saúde de elite — paga, em boa parte, com o dinheiro do povo.