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Políticos influenciadores: quando a gestão vira espetáculo e o povo paga a conta

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Políticos influenciadores: quando a gestão vira espetáculo e o povo paga a conta

Nos últimos anos, uma nova moda tomou conta da política brasileira: prefeitos, vereadores e candidatos que se comportam como influenciadores digitais, produzindo vídeos, danças e conteúdos virais, mas entregando pouco na gestão pública. O problema é que, por trás das câmeras, muitos desses “políticos digitais” estão envolvidos em escândalos, processos e investigações graves.

Prefeitos influenciadores acusados de corrupção

Um dos casos mais conhecidos é o de Rodrigo Manga, prefeito de Sorocaba (SP), que ficou famoso como o “prefeito das zueiras”. Enquanto ganhava curtidas nas redes sociais, ele foi alvo de operação da Polícia Federal por suspeita de fraudes em contratos com organizações sociais. A investigação aponta indícios de corrupção e lavagem de dinheiro.

Gabriel Monteiro: da fama no YouTube à prisão

O ex-vereador do Rio de Janeiro, Gabriel Monteiro, construiu sua imagem como “fiscal do povo”, com vídeos de abordagem policial e denúncias nas ruas. Mas sua trajetória virou escândalo: foi cassado, acusado de estupro e abuso de autoridade, e acabou preso. As redes o ajudaram a crescer, mas também revelaram o outro lado do personagem.

Pablo Marçal e a política como marketing

Outro exemplo é Pablo Marçal, influenciador digital com milhões de seguidores, que tentou se eleger prefeito de São Paulo. Acabou condenado por abuso de poder econômico, lavagem de dinheiro e ficou inelegível por oito anos. Sua campanha misturou fé, motivação e marketing pesado, mas ficou marcada pela suspeita de irregularidades.

Curtidas não constroem escolas

Essa nova geração de políticos que usa redes sociais como palanque pode até parecer moderna e conectada, mas muitas vezes entrega só performance e pouca gestão. Curtida não constrói hospital, dancinha não resolve fila em creche e vídeo viral não é política pública.

A pergunta que fica é: estamos elegendo líderes ou influenciadores? Governar exige responsabilidade, não espetáculo. E quem paga pelo show — infelizmente — é o povo.

Da redação, Folha de Brasilia