Imagens viralizadas pelo Sindicato dos Enfermeiros do DF mostram idosos, gestantes e doentes crônicos acampados em corredores de Unidades Básicas de Saúde, sem sequer um leito de apoio. A expectativa média de espera ultrapassa 4 horas em Ceilândia, Samambaia e Taguatinga, segundo levantamento da Folha de Brasília com dados da Codeplan.
Em flagrante contraste, políticos do GDF contam com atendimento VIP em hospitais de alto padrão, como o DF Star, onde o tempo médio de espera mal chega a 30 minutos em consultórios particulares e alas especiais. A disparidade escancara o abismo entre o cidadão comum e as elites do palácio, minando promessas de “renovação” pregadas pela vice-governadora Celina Leão.
Profissionais de saúde e usuários denunciam cortes drásticos no orçamento público e terceirização crescente de serviços vitais. “Priorizaram o pagamento de juros em vez de vacinas e insumos”, relata uma enfermeira que preferiu manter anonimato. O Sindicato dos Enfermeiros, que aponta um déficit de quase 25 000 servidores, convocou greve para 15 de julho e exige a liberação imediata de R$ 200 milhões contingenciados.
Enquanto isso, a corrida eleitoral de Celina Leão — candidata apoiada pelo governador Ibaneis Rocha — sofre desgaste visível. Pesquisas internas da campanha indicam queda de 36,6 % para 31,1 % na intenção de voto entre março e junho, reflexo direto da impressão de abandono pelos brasilienses diante do caos na saúde.
Folha de Brasília, da redação.
