1080369-fpzzb_abr_12.06.2017-5866
1080369-fpzzb_abr_12.06.2017-5866

PSDB: de partido protagonista a sigla em busca de sobrevivência

1080369-fpzzb_abr_12.06.2017-5866

PSDB: de partido protagonista a sigla em busca de sobrevivência

O PSDB, que já comandou a Presidência da República e governou os maiores estados do país, hoje se encontra à beira da irrelevância. Sem prefeitos de capitais eleitos em 2024 e com sua bancada encolhida, o partido aposta em fusões com siglas como Podemos e Solidariedade para tentar garantir oxigênio político. A movimentação, no entanto, mais parece desespero de quem perdeu a identidade do que estratégia de renovação.

O problema central do PSDB é que, ao longo das últimas décadas, diluiu seu discurso até se tornar indistinguível de outras legendas. Deixou de ser alternativa clara entre PT e direita conservadora e, nesse vazio, perdeu espaço para novas forças políticas mais alinhadas ao espírito do tempo — sejam elas progressistas ou de extrema direita. Agora, a tentativa de se reinventar via fusão soa como remendo malfeito, incapaz de devolver ao partido o protagonismo que já teve.

Mais do que reorganizar siglas, o PSDB precisa enfrentar uma crise de projeto e de liderança. Sem clareza ideológica e sem nomes com apelo popular, qualquer fusão corre o risco de se transformar em cemitério político, juntando fragilidades em vez de construir potência. Brasília já viu esse filme: partidos que, incapazes de se reinventar, sobrevivem no papel, mas desaparecem da vida real. O destino tucano pode ser exatamente esse — uma legenda histórica, mas que não soube se atualizar e agora tenta se agarrar a alianças como tábua de salvação.

Folha de Brasília, Da redação.

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil