O Senado instalou a CPI da Adultização para investigar crimes digitais ligados à exploração sexual e à exposição precoce de crianças nas redes sociais. A iniciativa, embora necessária diante do aumento de abusos no ambiente digital, desperta desconfiança: será realmente voltada à proteção da infância ou mais um instrumento de palanque político?
A experiência mostra que CPIs em Brasília frequentemente se transformam em espetáculos midiáticos, com longos discursos, troca de acusações e pouca entrega concreta. O risco é repetir a fórmula: muito barulho, poucos resultados. Enquanto isso, crianças continuam vulneráveis, as plataformas digitais seguem lentas em agir e famílias permanecem sem suporte adequado.
O Brasil precisa de medidas práticas, não apenas de mais uma comissão. Fortalecer delegacias especializadas, criar parcerias com empresas de tecnologia e investir em educação digital seriam passos mais efetivos. Sem ações estruturais, a CPI corre o risco de terminar como tantas outras: manchetes efêmeras e promessas esquecidas.
Folha de Brasília, Da redação.
Foto: Jonas Pereira/Agência Senado
