A sanção do governador que autoriza o BRB a adquirir parte do Banco Master é apresentada como estratégia de fortalecimento e expansão do banco público do Distrito Federal. No entanto, a decisão levanta sérias questões: trata-se de uma aposta estratégica de crescimento ou de mais um capítulo arriscado em que o dinheiro do contribuinte é colocado em jogo sem garantias claras de retorno?

O BRB, nos últimos anos, vem ampliando sua atuação para além das fronteiras do DF, mas é preciso questionar até que ponto essa expansão serve ao interesse público. Em vez de priorizar crédito acessível para pequenos empreendedores, servidores e programas sociais locais, o banco parece mirar em operações de mercado que pouco dialogam com a população brasiliense, transformando-se em ator de risco no sistema financeiro.

A falta de transparência no processo de negociação também preocupa. Quais os reais benefícios para os cidadãos do DF? Haverá impacto na sustentabilidade financeira do banco? E, sobretudo, quem arcará com as consequências caso o investimento não se mostre viável? Sem respostas claras, a operação soa mais como aventura financeira do que como política de Estado, aproximando o BRB dos jogos de poder e afastando-o de sua função social.

Folha de Brasília, Da redação.

Foto: TON MOLINA/ESTADÃO CONTEÚDO