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Rio Melchior sob ameaça: a falência da fiscalização ambiental no DF

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Rio Melchior sob ameaça: a falência da fiscalização ambiental no DF

As denúncias apresentadas na CPI da Câmara Legislativa do DF sobre abatedouros que operam sem licença e colocam em risco o Rio Melchior escancaram um problema crônico: a fragilidade da fiscalização ambiental no Distrito Federal. O caso vai além de uma irregularidade pontual; é um retrato da permissividade que transforma crimes ambientais em rotina, sempre justificados por “necessidades econômicas” ou pela inércia dos órgãos responsáveis.

O Rio Melchior, que já sofre com poluição urbana e esgoto, agora enfrenta a ameaça de resíduos lançados sem controle por atividades clandestinas. Trata-se de mais um capítulo do descaso com os recursos hídricos do DF, em uma região que deveria ser exemplo nacional de gestão ambiental por ser berço das nascentes que abastecem a capital do país. O que se vê, no entanto, é a reprodução do velho padrão brasileiro: atividades produtivas funcionando sem licenciamento, ausência de fiscalização efetiva e punições que raramente saem do papel.

O mais grave é que o discurso oficial costuma tratar essas denúncias como “situações pontuais”, quando na verdade revelam a incapacidade estrutural do Estado em conciliar desenvolvimento econômico e sustentabilidade. O desafio da CPI não é apenas apontar culpados, mas propor mecanismos que fortaleçam o IBRAM e outros órgãos de controle, garantindo autonomia, recursos e transparência. Sem isso, o Rio Melchior continuará sendo metáfora de um modelo de gestão que deixa correr, junto com suas águas, a credibilidade da política ambiental do Distrito Federal.

Da redação, Folha de Brasília

Foto: Igo Estrela/Metrópoles (@igoestrela)