O governo do Distrito Federal anunciou a instalação de iluminação em paradas de ônibus e passarelas como medida para aumentar a segurança noturna. A proposta atende a uma demanda antiga da população, mas levanta dúvidas sobre sua real eficácia diante da complexidade dos problemas de mobilidade e violência urbana.
Melhorar a iluminação é relevante, mas insuficiente. Os principais riscos enfrentados por usuários do transporte público estão ligados à ausência de policiamento, à falta de monitoramento por câmeras e à precariedade da infraestrutura. Sem políticas integradas de segurança e mobilidade, a troca de lâmpadas pode se transformar apenas em uma ação cosmética, incapaz de alterar a realidade vivida diariamente por milhares de brasilienses.
O projeto, portanto, corre o risco de ser visto como maquiagem urbana: visível e midiático, mas limitado no impacto real. Para que tenha efeito duradouro, precisa ser acompanhado de investimentos estruturais e de políticas que priorizem não apenas a estética da cidade, mas a vida e a segurança de quem depende do transporte coletivo.
Da Redação, Folha de Brasília
Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília