O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com o líder do governo no Congresso, José Guimarães, o presidente da Câmara, Arthur Lira, e senadores como Veneziano Vital, Eduardo Braga e Davi Alcolumbre para discutir pautas estratégicas da gestão federal. O encontro incluiu também a presença do ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, além de figuras do Centrão, como o deputado Antonio Motta.
Apesar de apresentado como espaço de alinhamento institucional, o encontro evidencia a velha lógica da política brasileira: decisões cruciais são debatidas em reuniões fechadas, onde interesses de partidos e acordos de bastidores têm mais peso do que o debate público. A ausência de transparência nesses diálogos reforça a percepção de que pautas governamentais continuam sendo tratadas como moedas de troca no jogo político, em vez de políticas de Estado voltadas ao interesse coletivo.
Para além da negociação de cargos e liberação de emendas, o governo precisa demonstrar compromisso com a clareza e a responsabilidade democrática. Quando figuras como Alcolumbre e Motta aparecem como protagonistas, cresce a sensação de que o Executivo segue dependente de arranjos pragmáticos, mesmo que isso comprometa a coerência das políticas propostas. O desafio é romper com esse padrão de articulação opaca e abrir espaço para uma política de negociação mais transparente, que respeite o eleitor e fortaleça a democracia.
Da Redação, Folha de Brasília
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil