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MEC mira escolas integrais em todo o país, mas especialistas apontam promessa irreal

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MEC mira escolas integrais em todo o país, mas especialistas apontam promessa irreal

O Ministério da Educação anunciou a meta de levar o modelo de escolas integrais a 100% dos municípios até 2026, mas especialistas apontam que a promessa tem mais apelo político do que viabilidade prática. A expansão exige infraestrutura adequada, contratação de profissionais, formação continuada e recursos permanentes — elementos que hoje faltam à maioria das redes estaduais e municipais. Em muitos casos, a escola integral é implantada sem estrutura mínima: falta alimentação adequada, espaços físicos apropriados e planejamento pedagógico consistente.

Outro ponto crítico é o financiamento. Governos estaduais e prefeituras já enfrentam dificuldades para manter o funcionamento básico das escolas em tempo parcial. Ampliar a jornada para sete ou oito horas diárias exige custeio contínuo, algo que o MEC promete compartilhar mas ainda não detalhou de forma convincente. Sem garantia de repasses estáveis, existe o risco de uma implantação apressada e desigual, que cria escolas integrais “de fachada”, ampliando o tempo de permanência sem melhorar a qualidade do ensino.

A meta, embora ambiciosa e necessária, também esbarra na falta de profissionais. O déficit de professores cresce ano após ano, e a implementação massiva do ensino integral exige mais docentes, mais coordenadores e mais equipes de apoio — setores já sobrecarregados. O temor de especialistas é que, sem resolver problemas estruturais, o governo acabe apenas produzindo números para cumprir calendário político, sem entregar uma educação integral que realmente transforme a aprendizagem e as oportunidades dos estudantes.

Da redação, Folha de Brasília

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil