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Jornalistas se mobilizam na Câmara após serem alvo de ataques e impedimentos

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Jornalistas se mobilizam na Câmara após serem alvo de ataques e impedimentos

O ato realizado por jornalistas na Câmara dos Deputados contra censura e agressões marca um momento simbólico e preocupante para a democracia brasileira. Profissionais da imprensa decidiram se manifestar após episódios de hostilidade, restrições de acesso e tentativas de cerceamento do trabalho dentro da própria Casa legislativa — um espaço que deveria garantir transparência, controle social e liberdade de imprensa. Quando repórteres precisam protestar para exercer funções básicas, o problema deixa de ser pontual e passa a refletir um ambiente político que normaliza a intimidação e o desrespeito ao trabalho jornalístico.

Os recentes casos de empurrões, agressões verbais e impedimentos arbitrários de circulação revelam uma escalada de tensão entre setores do Parlamento e a imprensa. A adoção de medidas de segurança cada vez mais restritivas, sem critério público claro, reforça a percepção de que há um esforço de setores da Casa em limitar a cobertura de votações polêmicas, tumultos e decisões internas. O jornalismo é atividade essencial ao controle democrático, e qualquer tentativa de contê-lo compromete não apenas a liberdade de expressão, mas o direito da sociedade de ser informada sobre o que ocorre no centro do poder.

O ato dos jornalistas funciona, portanto, como alerta institucional. A Câmara precisa garantir condições plenas para o exercício do trabalho de imprensa, restabelecendo normas transparentes, protocolos de segurança proporcionais e diálogo permanente com profissionais e entidades representativas. Ignorar a gravidade desses episódios seria aceitar um retrocesso inaceitável. Democracia não se sustenta com portas fechadas, nem com medo. Quando o Parlamento hostiliza jornalistas, quem perde é o cidadão que deixa de saber o que seus representantes fazem — ou deixam de fazer.

Da redação, Folha de Brasília.

Foto: Pedro Rafael/Agência Brasil