Pensando nisso, alunos e até professores do curso de segurança digital da Unicamp (Universidade de Campinas) criaram um aplicativo que contemplaria que se conferissem os votos de maneira análoga ao do sistema oficial do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O projeto funcionou em 2014 da seguinte forma:
Os eleitores baixavam o aplicativo intitulado de “você fiscal” em seus smartphones e no dia das eleições depois que as zonas eleitorais encerrassem suas atividades às 17:00 horas, cada cidadão que se prontificasse a fiscalizar os votos, deveria tirar fotos em uma ou mais zonais eleitorais das BU’S (Boletins de urna), que devem se encontrar disponibilizadas fixadas nas portas de cada seção depois, enviar as fotos para o “você fiscal” pelo aplicativo ou pelo site de mesmo nome, assim reunindo a maior quantidade de fotos possíveis os idealizadores e administradores do aplicativo estariam conferindo e comparando os dados oficiais com as informações carregadas no “você fiscal” pelos cidadãos, e abrindo esses dados para a população em geral, procurando com isso, que as eleições tivessem maior transparência, o que daria um pouco mais de tranquilidade a todos.
Acontece, que nesse ano de 2018 mais uma vez, a desconfiança desde a época das campanhas de primeiro turno, com as urnas eletrônicas foi grande, no que tange os mesmo pontos, ou seja, segurança e a veracidade das informações que seriam computadas no domingo 07/10. Por isso, mensagens de texto via aplicativos e redes sociais novamente circularam divulgando o sistema para checagem dos votos, o que a princípio deixou o cidadão eleitor mais tranquilo e animado com relação a validade dos dados que seriam coletados.
– Eleições 2018:
Porém, qual não foi a surpresa dos eleitores nesse ano, que ao pesquisaram sobre o assunto e se depararam com a informação de que o sistema como um todo (aplicativo e site) estão inativos. No site do “você fiscal” há um aviso de que o aplicativo foi desativado assim que acabaram as eleições de 2016 pois, o mesmo já teria cumprido sua função e objetivo. E ainda que, não havia pretensão, nem tão pouco, interesse dos seus idealizadores, em fiscalizar as próximas eleições, ou seja, as desse ano (2018).
Desapontados e temerosos com o que poderia ocorrer com a respeito dos resultados dessas eleições, o surgiram apoiadores de um sistema parecido, chamado dessa vez, de “Totalização paralela – eleições 2018.
No entanto, há diferenças, em comparação ao “você fiscal” que foi o sistema que pretendeu auxiliar as duas anteriores eleições (2014/2016), pois, dessa vez há algumas instruções e procedimentos a mais que foram feitas no primeiro turno, e deverão ser executadas, novamente no próximo dia 28/10 ocasião em que ocorrerá o segundo turno das eleições de 2018.
Algumas capitais, como aqui no Distrito Federal, os eleitores irão decidir quem deve ser o próximo governador além do voto para presidente, já em outros estados, o segundo turno definirá apenas a questão sobre o cargo de presidente. Tantos esforços assim, são para tentar garantir a transparência na apuração e resultado final dessas eleições de 2018.
Nessa ocasião, além de fotografar as BU’s que serão coladas nas portas das seções eleitorais, os fiscais deverão chegar cedo para a checagem da impressão das zerésimas (relatório que mostra a identificação da urna, comprovando que nela há o registro de todos os candidatos e que não há até então, nenhum voto computado, ou seja que a máquina encontra-se zerada, sem voto algum). Deverão ainda, acompanhar a verificação do caderno de votação nos locais em que o voto ainda não é feito por biometria (digitais verificadas através de um aparelho ligado ao sistema do TSE) que precisa estar sem assinaturas e anotações. Depois, ficar de olho durante todo o dia com relação a situações e atitudes suspeitas, quer seja por parte de algum eleitor ou mesmo dos próprios mesários, ou ainda, mal funcionamento das urnas, o próximo passo é semelhante ao do “você fiscal” pois, o voluntário terá que aguardar o encerramento da votação e fotografar as BU’S mas, também pedir ao presidente da mesa uma cópia dessa impressão, além do que, deverá scanear todas as QR CODES (códigos digitais, parecidos com códigos de barra que conterão toda a informação sobre o voto de cada eleitor), com o aplicativo (disponibilizado tanto para celulares com sistema android, quanto ios) “totalização paralela – eleições 2018” que deverá já estar previamente baixado em seu celular e que deverá ler, revelar e armazenar os dados para soma paralela dos votos, fazendo uma comparação e controle do resultado final das eleições.
Um aviso importante que o CMIND – Comitê multidisciplinar independente – (idealizador do projeto), dá aos fiscais voluntários é de que, além de ter 18 anos completos, é necessário não ser candidato. Dentro desses pré – requisitos, cada partido irá indicar até dois fiscais por seção eleitoral, podendo ficar apenas um por vez dentro da sala, e estes são os que irão receber a cópia das BU’S. Os dados coletados serão disponibilizados para total população e denunciados se houver qualquer divergência ou suspeita de fraude.
Em tempos tão conturbados e decisivos essa iniciativa se faz necessária, e com certeza é bem vista por toda sociedade. Vamos, às urnas. O voto consciente passa pelo voto seguro!