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A política em série: repetição de fórmulas esvazia a comunicação e afasta o eleitor

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A política em série: repetição de fórmulas esvazia a comunicação e afasta o eleitor

A comunicação política vive um paradoxo. Nunca houve tantas visualizações, mas o engajamento real — aquele que gera credibilidade, empatia e voto — está em queda. Em vez de inovar, campanhas políticas têm apostado na repetição de fórmulas, numa estética de redes sociais que transforma candidatos em personagens de um roteiro previsível.

O fenômeno, observado em diferentes eleições pelo mundo, preocupa estudiosos da área. Pesquisas de universidades como Stanford e Oxford mostram que a exposição constante a conteúdos semelhantes reforça a lembrança da imagem, mas não a confiança. “A familiaridade não substitui a credibilidade”, diz o consultor e especialista em marketing político Cristovão Pinheiro.

Segundo ele, a busca por viralização reduziu a política a um formato de consumo rápido.

“A repetição de fórmulas transformou a política em produto de prateleira. Muitos políticos estão mais visíveis, mas menos relevantes. A comunicação ficou mais rasa do que em tempos passados — quando havia menos tecnologia, mas mais autenticidade”, afirma Cristovão Pinheiro.

Estudos recentes também apontam que o uso intensivo de trends e modelos de engajamento digital não se converte em participação ativa. O eleitor “assiste, mas não se envolve”. O resultado é um ciclo de conteúdo visualmente eficiente, mas emocionalmente estéril.

Para Cristovão Pinheiro, romper esse ciclo é o principal desafio das próximas campanhas. “O político precisa voltar a ter discurso, não apenas presença digital. Engajamento não é algoritmo,  é vínculo , resume.

Folha Nacional, da Redação