A trajetória política de Carla Zambelli sempre foi marcada por um estilo combativo e uma presença intensa nas redes sociais. Desde sua ascensão como ativista até se tornar deputada federal, Zambelli construiu uma imagem de defensora fervorosa do bolsonarismo, utilizando sua influência digital como principal ferramenta de mobilização. No entanto, essa mesma exposição excessiva, impulsionada por uma necessidade constante de protagonismo, acabou sendo um fator determinante para sua queda. A busca incessante por holofotes a levou a ultrapassar limites éticos e jurídicos, culminando na decisão do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), que cassou seu mandato por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.
No fim, Zambelli se tornou vítima do próprio jogo que ajudou a construir. Seu desejo de estar sempre no centro das atenções, muitas vezes acima das diretrizes partidárias e da realidade institucional, transformou-se em um peso insustentável. A cassação de seu mandato e a inelegibilidade por oito anos são reflexos diretos dessa busca desenfreada pelo poder sem limites. Agora, resta saber se ela conseguirá se reinventar politicamente ou se será apenas mais um nome a desaparecer no turbilhão das redes sociais que um dia a consagraram.
A vaidade política de Zambelli se manifestou em diversos episódios polêmicos, como a perseguição armada a um opositor em plena eleição de 2022 e a insistência em espalhar desinformação sobre o sistema eleitoral. Em vez de adotar uma postura estratégica e ponderada, a deputada optou pelo confronto direto e pelo discurso inflamado, ignorando alertas de aliados e especialistas jurídicos. A necessidade de reafirmar sua influência nas redes sociais a levou a dobrar a aposta em narrativas extremas, sem medir as consequências legais de suas ações. Esse comportamento, somado ao desgaste com setores do próprio bolsonarismo, fez com que sua base política começasse a se fragilizar.