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A visita de Bola Tinubu a Brasília: diplomacia de fachada ou oportunidade estratégica?

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A visita de Bola Tinubu a Brasília: diplomacia de fachada ou oportunidade estratégica?

A chegada do presidente da Nigéria, Bola Tinubu, a Brasília para uma visita de Estado deveria ser vista como um marco para o fortalecimento das relações bilaterais entre Brasil e África. Afinal, estamos falando da maior economia africana se encontrando com a maior economia da América Latina — dois países que, em tese, compartilham desafios semelhantes: desigualdade social, dependência de commodities e busca por protagonismo global. No entanto, o risco é que essa visita se perca em protocolos, discursos vazios e fotos oficiais, sem gerar impactos práticos para a população.

A diplomacia brasileira tem, historicamente, uma relação de proximidade com a África, mas essa conexão muitas vezes fica restrita ao plano simbólico. Tinubu vem a Brasília após encontros nos Estados Unidos, o que mostra que o Brasil ainda não ocupa a prioridade geopolítica que poderia ter. A oportunidade está em transformar essa visita em acordos concretos — cooperação tecnológica, intercâmbio em energias renováveis, agricultura e saúde pública. Caso contrário, o encontro não passará de um gesto cordial para preencher a agenda diplomática.

O momento exige ousadia e visão estratégica. O Brasil precisa se recolocar como ator central no diálogo Sul-Sul, e a Nigéria pode ser parceira-chave nessa agenda. Mas, para isso, é preciso ir além das solenidades do Itamaraty: estabelecer compromissos verificáveis, com metas de cooperação que resultem em benefícios reais para ambos os povos. Sem isso, a visita de Tinubu será apenas mais um capítulo na longa lista de recepções formais que produzem manchetes momentâneas, mas pouco transformam.

Da redação, Folha de Brasília

Foto: Agência Gov