Foto: Mariana Greif/Reuters
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Acordo Mercosul-UE avança após décadas de negociação

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Acordo Mercosul-UE avança após décadas de negociação

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Nesta sexta-feira (6), foi anunciado o aguardado acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia, marcando o fim de uma negociação iniciada em 1999. Após anos de entraves, o tratado deve eliminar tarifas de importação e exportação entre os blocos, abordando também cooperação política, ambiental e normas sanitárias. No entanto, a formalização ainda depende de uma revisão legal e tradução para os idiomas oficiais das nações envolvidas.

A conclusão das negociações foi impulsionada pela Comissão Europeia, embora tenha enfrentado resistência, especialmente da França, que teme impactos negativos para seus agricultores. Críticas incluem questões sobre a competitividade desigual e preocupações ambientais. Apesar disso, Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, defendeu o acordo como uma “vitória mútua”, destacando salvaguardas para proteger os padrões agrícolas e de saúde da UE.

O Brasil, segundo estudos do Ipea, será o maior beneficiado pelo tratado. O país pode experimentar um crescimento econômico de 0,46% no PIB até 2040, acompanhado por um aumento nas exportações e nos investimentos estrangeiros. Produtos agrícolas brasileiros terão acesso ampliado ao mercado europeu, conhecido por sua alta exigência e melhores preços, enquanto a redução de tarifas favorece a competitividade do país.

No entanto, o acordo também apresenta desafios para o Brasil, especialmente na indústria manufatureira, que enfrentará concorrência direta com produtos europeus. Especialistas apontam que setores industriais precisarão investir em eficiência e inovação para se adaptar à nova realidade. A logística nacional, muitas vezes considerada um gargalo, também será um fator determinante na capacidade do país de competir.

A implementação do acordo depende da aprovação legislativa nos dois blocos, um processo que pode ser longo e politicamente desafiador. Na União Europeia, o tratado exige consenso qualificado, o que pode encontrar resistência de países como a França. O governo brasileiro prevê que o acordo entre em vigor após a conclusão de todas as etapas burocráticas, abrindo novas possibilidades para o comércio entre as regiões.