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Aquisição do Banco Master: o salto bilionário que pode virar queda livre

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Aquisição do Banco Master: o salto bilionário que pode virar queda livre

O projeto em análise na Câmara Legislativa do DF para autorizar o Banco de Brasília (BRB) a adquirir 58% do capital do Banco Master, em um negócio estimado em R$ 2 bilhões, levanta mais perguntas do que respostas. Enquanto o governo distrital celebra a operação como uma jogada estratégica de fortalecimento do BRB, a sociedade assiste com cautela: será um investimento sólido ou mais uma aventura bilionária com dinheiro público?

O discurso oficial fala em crescimento do BRB no mercado financeiro nacional e diversificação de negócios. Mas a realidade é que grandes aquisições carregam riscos consideráveis — especialmente quando o banco comprador é estatal e, portanto, sustentado indiretamente pelo contribuinte. Qual o real impacto dessa compra nas contas públicas? O que será priorizado: a rentabilidade futura ou o peso imediato sobre os cofres do DF?

Outro ponto de atenção é a transparência. Negócios desse porte exigem relatórios detalhados, auditorias independentes e debate público aprofundado. Sem isso, a aquisição pode facilmente ser interpretada como manobra política, feita às pressas para fortalecer a imagem de gestão eficiente, mas com riscos que só aparecerão anos depois, quando não houver mais como voltar atrás. A pressa para aprovação do projeto sem um amplo debate reforça a suspeita de que o interesse é mais político do que técnico.

O BRB já demonstrou capacidade de expansão em outras áreas, mas assumir um negócio bilionário em meio a um cenário econômico incerto pode colocar em risco não apenas o banco, mas também a credibilidade da gestão pública. É hora de menos euforia e mais prudência: uma operação desse porte precisa ser explicada em detalhes, com garantias reais de que não se trata de mais um salto no escuro financiado pela população do Distrito Federal.

Folha de Brasília, Da redação.

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil.