Brics: Brasil foca na definição de critérios para a entrada de novos países como ‘parceiros’

Foto: Ricardo Stuckert/PR

Em meio às discussões no Brics sobre a criação de uma nova categoria de países “parceiros”, diplomatas brasileiros reforçaram que a definição de critérios claros para a admissão de novos membros é prioridade. Para o Brasil, estabelecer essas diretrizes é mais relevante do que selecionar diretamente quais países farão parte dessa nova categoria, que começou a ser debatida na cúpula de Joanesburgo, em 2023.

Os líderes do Brics se encontram esta semana em Kazan, na Rússia, para discutir a expansão do bloco, que atualmente é composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Cerca de 30 países, incluindo Venezuela, Cuba, Nigéria e Turquia, já manifestaram interesse em ingressar como “parceiros”. O Brasil assumirá a presidência do Brics em janeiro de 2024 e pretende focar em temas como a erradicação da fome e o desenvolvimento sustentável.

O presidente Lula, que participaria presencialmente, fará seus discursos de forma remota devido a um acidente doméstico. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, liderará a delegação brasileira em Kazan. Entre os critérios propostos para a adesão de novos países, estão a manutenção de relações diplomáticas com todos os membros e a ausência de sanções não autorizadas pelo Conselho de Segurança da ONU.

A Venezuela, porém, já enfrentou resistência por parte de Lula, que expressou sua oposição à inclusão do país no Brics, devido ao não cumprimento de compromissos internacionais, especialmente relacionados a processos eleitorais. Isso tem gerado tensões na relação política entre Brasil e Venezuela desde meados de 2024.

Durante a cúpula, além da expansão do bloco, serão abordados outros temas, como a crise no Oriente Médio, a cooperação financeira entre os países membros e o progresso do Novo Banco de Desenvolvimento. A guerra entre Rússia e Ucrânia, apesar de não estar formalmente na agenda, também pode ser discutida nas sessões plenárias.