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CAJUTITE

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CAJUTITE

Caju começa o seu texto inflamado lançando um desafio:

Querem  discutir futebol de verdade ? Qual a diferença  tática entre as seleções do Felipão, do Dunga e do Tite ? Deixamos o Dunga fora dessa para não sobrar para ele também.

De verdade, não se compara a organização em campo da atual seleção do Tite com a mediocridade  tática que foi a seleção (7 x 1)  do Felipão.  À época , não tínhamos saída de bola. Os zagueiros jogavam com ligação direta para o Fred que foi apelidado de “cone”  sem nada poder fazer. Thiago Silva e David Luiz  tentando longos lançamentos, era só o que víamos. A bola não passava pelo meio de campo que tinha os medianos Luiz Gustavo, Paulinho e Oscar.  É só assistir aos antigos vídeos para enxergar a diferença.

Tite também falhou , como bem argumentou Caju. Porém não se pode afirmar que ele não organizou taticamente o time. Tite  foi ovacionado nos estádios pelo que a seleção apresentava em campo e não ganhou a unanimidade porque fala bonito ou porque usa métodos da psicologia.  Nos cursos europeus para treinadores  é crescente o aumento da carga horária em psicologia e gestão de pessoas. Não há nenhum pecado nisso. Tem ciência nessa história também. Tite ganhou legitimidade com os torcedores  pela bola rolando dentro de campo.

O Brasil veio  bem para a copa. A partir daí, a seleção brasileira se tornou um balcão de negócios. Os ativos foram todos investidos em publicidade a Neymar e a  Tite, e isso parece blindá-los de críticas. Esse modelo prejudicial se estabelece a cada copa,  sem limites,  como diria o jornalista João Paulo Furgeri.

Na copa, acertou Caju. Tite foi mal. Tite e os jogadores  estiveram abaixo do que haviam construído. Porém o futebol é jogo. Fica fácil destruir o que foi realizado de bom depois de uma derrota.

Ao final da Copa de 2014,  todo o Brasil enalteceu a Alemanha. As sugestões eram  para que copiássemos a sua “organização ” estrutural .  Agora ela foi mal na Copa. Como ficam então as categorias de base na Alemanha ? Devem ser destruídas ?

” Uma bola decisiva que não entra no gol com subsequente eliminação, logo aparecem  as teorias”.

A bola pune como diria o ex retranqueiro Muricy Ramalho.

” Nossas vidas e o futebol têm muito mais de acaso e de aleatório  que imaginamos “, como descrito no livro  O andar do bêbado”. Quem já estudou um pouco sobre aleatoriedade sabe que esse  exemplo é  muito usado pelos pesquisadores por se tratar de uma ilustração em que a direção do próximo passo do borracho é totalmente imprevista.

Se a segunda chance de gol do Renato Augusto entra, a manchete “pós  jogo” seria :

“ Tite   foi responsável por colocar  Renato Augusto que, com dois golaços, levou o Brasil à semifinal “

Tite  teria sido o mago estrategista.  Essa foi por pouco , muito diferente do 7x 1.

O acaso pune.

João Henrique Padula