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Carile: Nem 9, nem falso 9 !

O Corinthians levou o Caneco na casa  do rival.

Enquanto a maioria dos times do  mundo jogam no esquema 4-2 3-1 ou o 4-3-3 , com  uma linha de quatro defensores, um volante centralizado  (ou dois volantes lado a lado) ,  um meia, dois atacantes pelas laterais do campo, e um centroavante , Carile fez diferente neste Paulistão.

4.1.4.1

 Iniciou o campeonato com o esquema” padrão Corinthians” com quatro defensores, Gabriel como único volante, uma segunda linha de quatro a sua frente,  além da escolha por vários centroavantes diferentes. Muitos jogaram e não resolveram atuando como 9.

4.2.3.1  

Depois alterou o esquema para o  usual mundial. Colocou dois volantes lado a lado . Alternaram por ali, Gabriel,  Maycon e Ralf . Manteve o centroavante. Foi passando de fase e testando o time.

4.2.4   

Na final ,  para finalizar a  sua competência como técnico, entrou em campo no 4.2.4  :  Cássio, Fagner, Balbuena, Henrique e Sidcley.   Ralf e Maycon.   Romero,  Jadson, Rodriguinho e  Mateus Vital .

Extinguiu o centroavante.

Jadson e Rodriguinho ficaram confortáveis no momento da marcação e “descansados” para criarem . Lado a  lado, os dois  faziam sombra na saída de bola do Palmeiras. Marcavam mesmo pra valer : Romero, Ralf , Maycon e Mateus Vital , além dos quatro defensores.

Esse esquema é raro . Em outros tempos , na década de 70 , jogava-se muito no 4.2.4

Leão , Eurico, Luis Pereira , Alfredo e Zeca. Dudu e Ademir da Guia.  Edu , Leivinha , Cesar e Ney.  ” Igual, só que diferente”. Nesta época, não jogavam dois volantes lado a lado como fez Carile.  Era somente um volante, o meia armador e os quatro à frente e também tinha o 9.

Já ouvimos falar em ” 1 falso 9″ . O técnico do Corinthians criou o  “2  falsos 9”

Carile inovou em plena final de campeonato. Isso não é para qualquer um. Não sei até onde ele pode chegar mas, em posicionamento tático ,  já fez mais do que muitos treinadores consagrados fizeram ao longo de suas carreiras.

João Henrique Padula, Folha de Brasília