Foto: Washington Costa/Ascom/MF
Foto: Washington Costa/Ascom/MF

Cenário econômico e político complicam previsões de juros no Brasil

O entendimento do cenário para os juros no Brasil está mais complexo devido aos ruídos na comunicação do Banco Central (BC), amplificados pelas declarações divergentes dos dois líderes da autarquia. No relatório Focus divulgado nesta segunda-feira (2), a previsão para a taxa Selic em 2024 e 2025 manteve-se inalterada. A expectativa para este ano continua em 10,50% e para o próximo ano permanece em 10%, após um ajuste recente. As projeções para o IPCA também sofreram pequenas alterações, ainda fora da meta de 3%, mas sem mudanças significativas.

A estabilidade nas previsões do Focus é questionável, especialmente com as indicações de que os juros podem aumentar na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). A falta de alteração na pesquisa gera dúvidas sobre o real impacto das decisões futuras do BC, principalmente considerando a comunicação confusa entre Gabriel Galipolo, indicado por Lula, e Roberto Campos Neto, o atual presidente.

Galipolo e Campos Neto têm feito declarações conflitantes sobre a política de juros, o que tem contribuído para a volatilidade nos mercados financeiros e nas expectativas para os próximos passos do Copom. Essas divergências na comunicação do BC têm dificultado a previsão e o entendimento do cenário econômico futuro.

Além disso, o ambiente econômico apresenta sinais de risco inflacionário, com uma atividade econômica aquecida, baixa taxa de desemprego, alta do dólar e, mais recentemente, a ativação da bandeira vermelha nível 2 nas contas de luz, que resultará em aumento nos preços. Esses fatores adicionam complexidade ao cenário econômico e às previsões de política monetária.