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CLDF atualiza lei de táxi, mas mantém setor distante dos desafios da mobilidade no DF

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CLDF atualiza lei de táxi, mas mantém setor distante dos desafios da mobilidade no DF

A aprovação unânime da atualização da lei de táxi pela Câmara Legislativa do Distrito Federal foi celebrada como vitória da categoria, sobretudo pela inclusão de exceções que permitem a transferência da permissão para herdeiros. A medida atende a uma demanda histórica dos motoristas e suas famílias, que muitas vezes ficavam desamparadas diante da morte do titular. Do ponto de vista humano, trata-se de uma correção justa. Mas, ao mesmo tempo, é impossível não questionar se a atualização é suficiente para enfrentar os verdadeiros desafios do transporte individual no DF.

O setor de táxi convive há anos com a concorrência agressiva das plataformas de transporte por aplicativo. Enquanto aplicativos inovam em tecnologia, preço e comodidade, os taxistas seguem amarrados a uma legislação que muda lentamente e que não consegue garantir competitividade real. Permitir herança da permissão é um avanço para famílias, mas não resolve a crise de sustentabilidade do serviço, que continua perdendo passageiros, espaço e relevância na vida urbana de Brasília.

O que falta é um debate mais amplo sobre mobilidade e integração do serviço de táxi no ecossistema de transporte do DF. Incentivos à modernização da frota, integração tarifária com o transporte público e investimentos em tecnologia poderiam reposicionar o setor, transformando-o em alternativa de qualidade e não em resquício de um modelo ultrapassado. A CLDF, ao optar por ajustes pontuais, preferiu o caminho mais fácil: atender uma demanda imediata sem enfrentar os dilemas estruturais. O risco é que, daqui a alguns anos, a lei pareça novamente insuficiente, e o setor siga à margem de uma cidade que precisa de soluções modernas de mobilidade.

Da redação, Folha de Brasília

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil