Neste fim de semana, brigadistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) foram autorizados a entrar na Bolívia para combater incêndios que ameaçam a Serra do Amolar, um importante santuário da biodiversidade e Patrimônio Natural da Humanidade. As equipes iniciaram suas atividades no domingo, 8 de setembro, e continuam o trabalho na segunda-feira, 9, focando na proteção do território brasileiro, especialmente em relação à comunidade indígena Guató.
A ação foi articulada pela Agência Brasileira de Cooperação, vinculada ao Ministério das Relações Exteriores. A chefe de planejamento de operações do Ibama no Pantanal, Thainan Bornato, destacou que a medida visa proteger os indígenas da região. Um total de 12 brigadistas foi autorizado a atuar na Bolívia e retornar ao Brasil, onde continuarão a preservar a segurança da comunidade Guató, enquanto recebem apoio das Forças Armadas.
O incêndio na Bolívia se estende por cerca de 60 quilômetros e representa uma grave ameaça à Serra do Amolar e aos indígenas Guató. A região, conhecida no país vizinho como “Chaco”, é parte da maior planície alagável do mundo, e a proteção desse ecossistema é crucial para a biodiversidade local. O Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) já se mostrou pronto para atuar, aguardando apenas a autorização para iniciar suas operações no território boliviano.
Em agosto, o governo boliviano solicitou apoio do Brasil para combater os incêndios florestais, pedindo o envio de aeronaves e brigadistas. A equipe do Ibama atuará de forma coordenada com as autoridades bolivianas, buscando mitigar os danos causados pelas chamas. Há mais de três meses, o Pantanal enfrenta incêndios devastadores, com quase 3 milhões de hectares destruídos, representando cerca de 19% de toda a área pantaneira no Brasil, o que resulta em uma significativa perda ambiental e morte de fauna local.
