Desde que Israel intensificou seus ataques no Líbano, Naddine Ahmad, de 31 anos, se comunica diariamente com seus familiares em Beirute para confirmar se estão vivos. Moradora de Dearborn, Michigan, Naddine, uma analista de dados, expressa seu descontentamento com o envolvimento dos Estados Unidos no Oriente Médio, afirmando que “não é aceitável” que o dinheiro dos impostos americanos esteja contribuindo para a destruição de sua terra natal. Envolta em um lenço árabe, Naddine se manifestou em um protesto pedindo o fim dos bombardeios israelenses.
Dearborn, localizada na área metropolitana de Detroit, é o lar da maior comunidade árabe dos Estados Unidos, com mais de 54% de sua população descendente de árabes. A guerra no Oriente Médio é uma questão que afeta profundamente essa comunidade, especialmente à medida que produtos associados ao movimento sionista são boicotados como forma de protesto. Michigan, estado-chave nas eleições americanas, possui a maior comunidade libanesa do país, e o apoio de sua população árabe pode ser decisivo nas próximas eleições.
Embora o presidente Joe Biden tenha contado com o apoio da comunidade árabe em sua eleição, muitos agora estão desapontados com sua postura em relação a Israel, especialmente após o envio de US$ 17,9 bilhões em ajuda militar ao país no último ano. Naddine, que votou em Biden, expressa frustração e afirma que não se sente representada nem pelos democratas nem pelos republicanos. A insatisfação com Biden e sua vice, Kamala Harris, tem aumentado, especialmente entre os jovens árabes de Michigan.
Dearborn reflete a longa história de migração árabe, iniciada há mais de um século, quando a Ford Motor Company atraiu trabalhadores árabes para a crescente indústria automobilística. Hoje, a comunidade árabe, com suas profundas conexões culturais e familiares com o Oriente Médio, se vê em um dilema político, buscando alternativas eleitorais que reflitam suas preocupações com a paz e a justiça na região.
