Na 5ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Conapir), a sociedade civil reforçou a urgência de transformar discursos em políticas efetivas. Entre os principais pontos, destacou-se a aprovação da PEC 27/2023, que cria o Fundo Nacional de Reparação Econômica e de Promoção da Igualdade Racial, além da cobrança por maior adesão dos municípios ao Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), hoje com participação ainda tímida.
As demandas também incluíram o enfrentamento ao racismo ambiental, ressaltando que comunidades negras, quilombolas e periféricas são as mais atingidas por enchentes, secas e desastres climáticos. Para os movimentos sociais, não basta incluir o tema em discursos: é preciso estruturar políticas ambientais que considerem a desigualdade na distribuição de riscos e recursos.
O desafio é garantir que as propostas da Conapir não fiquem restritas ao simbolismo de uma conferência. Sem orçamento definido, prazos claros e mecanismos de responsabilização, os compromissos tendem a se perder em meio à burocracia. O movimento negro cobra resultados práticos que cheguem às bases e não apenas a fotografias de eventos oficiais.
Da Redação, Folha de Brasília
Foto: José Cruz/Agência Brasil
