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Crise econômica afeta o mercado de sexo e motéis registram baixa de 30% no movimento

A crise econômica que afeta os setores de produção e impõe baixas ao comércio desde o início de 2015 chegou aos motéis do Distrito Federal. A taxa de ocupação de quartos apresenta baixa de cerca de 30% em relação ao primeiro semestre de 2014. O setor, que movimenta cerca de R$ 4 bilhões anuais em todo o país pode recorrer à demissões para cortar gastos e manter os negócios. 

A gerente de um dos motéis mais conhecidos do Distrito Federal afirma que a queda no número de clientes se apresenta de forma progressiva desde janeiro. A baixa procura por quartos também afeta a venda no restaurante. O motel trabalha, atualmente, com um quadro de 64 funcionários, mas a gerente, Célia Regina Borges, cogita a possibilidade de demitir trabalhadores para conseguir arcar com as despesas do comércio. Para manter as contas em dia sem ter prejuízos, ela calcula que, talvez, seja necessário demitir 10 funcionários se a situação não se reverter nos próximos meses.

— Infelizmente a carga de impostos que a gente paga por cada funcionário é alta e a gente não consegue diminuir os impostos em um caso de crise e acaba sobrando para os funcionários, infelizmente, lamenta a gerente ao pensar na possibilidade de demissões.

Outro fator que pode resultar nas demissões no setor é a combinação de baixa arrecadação somada ao aumento das contas de água e luz. Segundo levantamento do motel, de janeiro em diante a conta de energia elétrica subiu 26% em relação aos valores pagos no ano passado. A partir de maio a situação passou a ser mais preocupante.

— O valor está exorbitante. A gente teve uma alta muito grande. O aumento bem forte veio a partir de maio e se não der uma baixa, a gente precisa cortar pessoas.

Em outro grande motel do Distrito Federal, a situação é semelhante. A taxa de ocupação dos quartos no primeiro semestre foi 15% menor em relação ao mesmo período de 2014. A gerente administrativa da unidade, Elza Bezerra, acredita que o receio de gastar dos clientes, diante de momentos de instabilidade, prejudica o setor.

— A crise chegou para todos. Desta vez ela não escolheu, está bem democrática. As pessoas estão retraídas para gastar e a nossa área é considerada lazer, então elas pensam antes de gastar, avalia a gerente.

A data de maior faturamento dos motéis, o Dia dos Namorados, não foi suficiente para repor os prejuízos do setor. No 12 de junho o movimento foi 10% menor em relação ao mesmo dia do anos anteriores. O acúmulo de baixas até o meio deste ano pode resultar na demissão de pelos menos oito funcionários. Para mensurar os prejuízos, a gerente impõe metas de ocupação de quartos e vendas. Há quatro meses não consegue atingir o patamar mínimo estabelecido e diz que a única solução, se o cenário for o mesmo, será cortar 10% do quadro de funcionários, atualmente formado por 80 trabalhadores.

Hoje o mercado do relacionamentos em qualquer nível no DF sofre dificuldades com a crise financeira, mas em outros tempos, a situação foi diferente. Um levantamento do site Ashley Madison feito em 2013 colocava Brasília em primeiro lugar entre as capitais em relação aos gastos com amantes. Dos 25 mil homens e mulheres que buscavam um caso extraconjugal por meio do portal, cada um gastava, em média, R$ 2.300 por mês com os parceiros.

Fonte: R7